
-Esta entrevista foi realizada pelo Madmans Esprit Brasil. A NIPPONGAKU apenas contribuiu fornecendo a plataforma web para sua publicação-
No dia 21 de Abril, o Madmans Esprit tocou pela primeira vez no Brasil para a sua turnê na América Latina, que começou no dia 18 de Abril, no México, e passou pelo Chile no dia 20. Após performances intensas e energéticas, o Madmans Esprit deixou sua marca no coração dos fãs e, com certeza, também deixaram uma grande impressão em cada país por onde passaram.
Agora, tiramos um tempo para fazer uma breve entrevista com os membros, para compartilhar pensamentos, experiências e mais sobre a banda e a turnê.
【Entrevista】Madmans Esprit「The World As Collective Reflections」
Primeiramente. Vocês poderiam se apresentar para aqueles que talvez não conheçam a banda, ainda?
Kyuho: Nós somos o Madmans Esprit. Uma banda de metal e Visual Kei da Coreia do Sul.
Vocês geralmente definem a sonoridade da banda como “Depressive Suicidal Blackened Pop”. Como vocês criaram esse termo e o que ele significa exatamente para a identidade da banda?
Kyuho: Na verdade há um subgênero de black metal chamado “Depressive Suicidal Black Metal.” Nós mudamos um pouco. Enquanto nossa música é influenciada por black metal tradicional, ela também contém elementos mais pop. Para puristas do metal, pode ser pop demais.
Mas eu também acredito que “a maior arma efetiva de destruição em massa é a música pop.” Então, eu achei que esse era um termo divertido e que combinava ao descrever nossa sonoridade.
Madmans Esprit começou como uma banda com fortes raízes no black metal, mas agora também é definida pela categoria de Visual Kei. Sempre foi a intenção seguir no caminho do Visual Kei, ou foi mais uma progressão natural?
Kyuho: Eu não tenho certeza se éramos tão black metal desde o começo. Se você olhar nossa direção de som e visual agora, os visuais realmente seguem a música. Quando escrevia as músicas, eu naturalmente criava faixas que se inclinavam a esse estilo.
Então, em vez de ser uma escolha clara e intencional, eu só acabava escrevendo esse tipo de música naquele tempo. E eu acho que outros estilos podem aparecer dependendo das músicas futuramente também.
Previamente, a banda também era definida como um projeto solo do vocalista Kyuho, mas foi anunciado que os membros atuais seriam parte da formação oficial. Há alguma diferença entre Madmans Esprit como solo, e o Madmans Esprit como uma banda completa?
Kyuho: Agora nós escrevemos música juntos.
Juho: Os membros também participam nas operações da banda. Nós discutimos nossa direção juntos.
Kyuho: Em termos de som, a maior mudança foi que agora a preferência e estilo de tocar de cada membro influenciam o processo de composição
Recentemente, vocês lançaram o single “Please Stop Loving Me” com um M/V cheio de imagens religiosas e referências a temas religiosos. Quais foram as inspirações para o lançamento? Musical e visualmente?
Kyuho: Eu preferiria que as pessoas encontrassem seu próprio significado. Ao invés de explicar em detalhes, é a ironia de Jesus dizendo, “Por favor, pare de me amar.” Eu gostaria que os ouvintes interpretassem o vídeo e as letras do próprio jeito.
Como as múltiplas influências musicais dos membros contribuíram para a banda? E quais são as principais influências da banda musicalmente?
Somyul: O estilo de tocar de cada membro, gostos e hábitos naturalmente aparecem. Se você ouvir com atenção, há momentos em que você pode dizer quem contribuiu com o que.
Limu: Eu acho que agora a individualidade de todos começou a se misturar e se mostrar mais claramente agorae.
Qual música vocês recomendariam para alguém que acabou de descobrir sobre o Madmans Esprit? Poderiam, cada um, nos dar uma música que acham que mais representa a banda?
Limu: Eu recomendaria My Little Dark Paradise. Acho que é a que mais fortemente reflete nossa identidade.
Somyul: Concordo.
Juho: Então vou com Please Stop Loving Me. É o nosso trabalho mais recente com a formação completa, e mostra uma nova direção.
Geon: Aqui também. Enquanto My Little Dark Paradise é amada por todos nós, Please Stop Loving Me realmente soa como uma interseção do gosto pessoal de cada membro,
Kyuho: Talvez 妄誕詩 (Mangtanshi)? Ou 해부 (Dissection)? Sinceramente, é difícil escolher apenas uma. Cada música é tão diferente em estilo.
Sua música tende a abordar tópicos bem sensíveis. Como é o processo de composição das letras e que tipo de mensagens ou reflexões você tenta transmitir ao público com elas?
Kyuho: Em vez de ter um tema único e definido, tento escrever letras que possam ser interpretadas por meio de padrões sejam sobre pessoas, relacionamentos, filosofia ou política. Meu objetivo é criar letras que não se limitem a uma única mensagem.
Foi sua primeira vez vindo para a América Latina. Quais eram suas expectativas antes da turnê começar?
Geon: Talvez seja um estereótipo, mas fãs da América Latina são conhecidos por serem extremamente apaixonados. Eu estava realmente ansioso por essa resposta cultural.
Juho: Eu acho que sempre sinto o mesmo antes de uma turnê. Ir para algum lugar pela primeira vez e conhecer novos fãs pessoalmente isso por si é muito emocionante.
Somyul: Como era minha primeira vez lá, eu estava curioso sobre o que seria único e cativante.
Limu: Para ser honesto, eu tinha mais preocupações do que expectativas. Tinham muitas incertezas equipamento, agenda, acomodações, nossa condição. Mas eu estava ansioso pelos fãs apaixonados que ouvimos sobre.
Kyuho: A comida. Os tacos que tivemos no primeiro dia foram incríveis.
Se houver alguma, qual foi a principal diferença entre o público da América Latina e da Coreia do Sul?
Limu: Eles são completamente diferentes, quase como um contraste de 180 graus.
Kyuho: Eles gritam, se movem e cantam com muita energia. Os fãs coreanos tendem a ser um pouco mais reservados, talvez tímidos.
Juho: Eles eram incrivelmente apaixonados.
Geon: Aquele estereótipo sobre a paixão deles? Era completamente verdade.
Nesta turnê pela América Latina e também na turnê pela Europa, tivemos repertórios bem diferentes, mas com algumas semelhanças. Como vocês escolhem quais músicas irão para cada país? Ou é feito aleatoriamente?
Kyuho: Definitivamente não é aleatório.
Geon: Não muda drasticamente de país para país.
Kyuho: Temos algumas músicas principais que devem estar no repertório. Então, cada membro adiciona algumas que pessoalmente deseja tocar.
Juho: E incluímos lançamentos recentes também.
Kyuho: Essas entram na categoria « imperdíveis”. Agora, Somyul e eu temos opiniões ligeiramente diferentes: ele quer aperfeiçoar o que já fazemos bem, enquanto eu sempre quero tentar algo novo. Então, temos pequenos conflitos, mas equilibramos.
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Vocês tiveram alguma experiência que valesse a pena compartilhar durante esse período na América Latina?
Limu: Estar doente ofuscou tudo. Sinceramente, não me lembro de muito mais.
Kyuho: O mesmo para mim. Mas isso precisa de contexto os fãs deveriam ouvir a história completa. Nosso primeiro show foi no México e eu já estava doente quando subimos no palco.
Então, no dia seguinte, Somyul e Limu também ficaram doentes. Acho que isso aconteceu realmente durante a parte do Chile da turnê.
Tivemos que pegar um voo para o Chile logo após o show no México, quase sem dormir. Eu estava tremendo de frio no aeroporto. Quer dizer, tremendo no México, em abril. Foi surreal.
Somyul: Comecei a me sentir mal na noite seguinte ao check-in no hotel no Chile. Achei que o próprio hotel fosse a causa.
Kyuho: No Chile também, não descansamos depois do show voamos direto para o Brasil. Acho que no Brasil, Somyul estava praticamente morrendo. Eu já estava acabado com o show no Chile.
Então, quando chegamos ao Brasil, Limu também ficou doente. Durante aquele show, nós três Somyul, Limu e eu estávamos basicamente nos apresentando à beira da morte. Depois, piorou e eu pensei seriamente: « É assim que eu vou morrer?”
Limu: Comecei a ter alucinações literalmente vi duendes. Tomei Tylenol à beira de uma dose letal. Acho que tomei mais em um dia do que em toda a minha vida. E os efeitos colaterais ainda estão aqui.
Kyuho: O mesmo para mim. Mesmo agora, não me recuperei totalmente.Aquele mal-estar foi tão intenso que apagou todo o resto.
Juho: Bem, uma lembrança positiva: Me lembro-me de que, no aeroporto, a companhia aérea deu um presente de aniversário para Kyuho quando estávamos comprando nossas passagens.
Kyuho: Ah, certo, era meu aniversário no dia em que partimos. E Geon e Somyul puderam ver o Deserto do Saara e o Himalaia na volta.
Geon: Eu estava começando a me sentir muito mal no avião, e Somyul me acordou a tempo de ver o Himalaia. Foi surreal: como estávamos todos meio mortos antes dos shows, mas de alguma forma ainda conseguimos nos apresentar.
Somyul: Logo antes de um show, durante um meet-and-greet, quase desmaiei. LMe lembro-me de estar lá e sentir como se estivesse perdendo força, piscando. Mas ver os rostos dos fãs me ajudou a seguir em frente e tocar feliz.
Geon: Então, no final, foi uma boa experiência.
Os fãs organizaram muitos projetos para dar as boas-vindas à banda na primeira turnê pela América Latina, incluindo uma revista de fãs cheia de fanart no Brasil e uma surpresa para o aniversário do Kyuho no México. Como você se sentiu com isso?
Kyuho: Foi surpreendente e emocionante. Fiquei muito grato.
Nesta turnê, notamos que vocês se apresentaram dois dias seguidos. Como vocês se prepararam para o show em tão pouco tempo?
Geon: Honestamente, não nos preparamos.
O que podemos esperar do Madmans Esprit de agora em diante? Musicalmente e visualmente?
Kyuho: É um segredo, então não posso dizer muito, mas comparado ao nosso terceiro álbum, o que vem a seguir será muito novo e emocionante.
Este é o fim da entrevista, muito obrigado pela atenção e pelas performances incríveis. Há algo final que você gostaria de dizer aos fãs?
Todos: Obrigado por sempre nos apoiar. Esperamos que a música ressoe com sua alma e que essa energia seja transmitida de forma significativa.
Seu amor e interesse são o que nos mantém firmes. Por favor, continuem nos apoiando.